
Josicleide de Mesquita, 29 anos, divorciada, residente na Rua Tenente Neném Lira, Bairro Novo Horizonte, em Patos, fala com exclusividade para o site Patosonline.com. Josicleide foi presa durante a Operação Laços de Sangue e liberta após passar 06 meses encarcerada no Presídio Feminino da cidade de Patos. Ela foi acusada de dar proteção a um criminoso em sua residência. Josicleide ainda enfrentará 03 meses de prisão domiciliar até que o processo seja concluído.
“A polícia chegou a minha residência por volta das 04:30 da manhã. Não sabia o que estava acontecendo e meus filhos entraram em pânico. Isso foi no dia 27 de setembro do ano passado. Vasculharam tudo e até uma filmadora com nota fiscal de compra sumiu durante essa busca em minha casa”, relatou Josicleide. “Tenho três filhos, um de cinco, um de seis e a minha filha mais velha de 13 anos. A mais velha ainda supera o trauma”, disse.
Josicleide teve sete dos seus familiares presos, entre os quais, pai, mãe e irmãos. O pai da entrevistada, presente durante o relato da filha, não esconde a revolta pelo ato que, segundo eles, não tem consistência e por isso muitos estão libertos depois da Operação. O tio de Josicleide, Marcelo Oliveira foi torturado e queimado ainda vivo dentro do Presídio Regional de Patos, fato esse revelado após a Operação Hidra que levou a prisão de um dos diretores do presídio.
Um dos irmãos de Josicleide encontra-se preso em Patos: “Nós não temos nada a ver com esses fatos, mas meu irmão foi torturado dentro do presídio e não nega isso para ninguém. Somos da família Mesquita e muito pouco é nosso contato com os familiares de Catolé do Rocha, nem sabemos por que nos botaram na cadeia”, revela Josicleide.
O processo do caso encontra-se no Fórum Miguel Sátiro em Patos. A família de Josicleide agora busca reparação por danos morais e materiais em uma ação contra o estado paraibano. A Operação Laços de Sangue é uma das mais complexas dos últimos anos no sertão da Paraíba e ainda terá muitas revelações até seu desfecho.
Em contato com o Delegado Regional da Polícia Civil de Patos, Dr. Cristiano Jaques esse não quis se posicionar sobre o caso relatado. Cristiano apenas disse que o processo encontra-se em análise e sob os cuidados da justiça que saberá lidar com a complexidade que esse tem diante do volume dos autos.
Patosonline.com
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