quinta-feira, 19 de abril de 2012

Advogado luta por acessibilidade no Fórum Miguel Sátyro em Patos


O advogado Jamenson da Silva é um exemplo de força de vontade, perseverança e superação. Jamenson ficou tetraplégico depois que sofreu um tiro na altura do pescoço quando conduzia como Policial Militar uma das viaturas da PM. O fato aconteceu na BR 230, no dia 03 de abril de 2003, entre as cidades de São Bentinho e Pombal. O tiro que deixou sequelas eternas em Jamenson foi disparado por assaltantes logo após a aproximação da viatura da PM do veículo dos bandidos que estava estacionado na referida BR.
Após um tratamento intensivo, a busca para superar o trauma, a depressão indescritível de quem sofre sequelas após o corpo que cobra o vigor de outrora, Jamenson ergue a cabeça e descobre que a vida continua, e como diz o poeta Renato Russo: “Se entregar é uma bobagem”. Com o apoio da família, da esposa, dos amigos e da corporação da Polícia Militar, Jamenson ingressa no curso de direito das Faculdades Integradas de Patos – FIP. Termina o curso com louvor e méritos de um aluno dedicado. Mesmo com os problemas de acessibilidade na FIP durante os cinco anos, Jamenson sai vitorioso e forma-se bacharel em direito.
Jamenson é cadeirante, faz movimentos com esforço nos braços, usa acessórios para utilizar o teclado do computador na digitação dos processos e segue a vida com as limitações que o corpo permite, mas de cabeça erguida como todo vencedor.    
Em 2011, Jamenson se submete a prova da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. A prova aconteceu em Sousa-PB. A assistência ao bacharel com necessidades especiais por parte da OAB durante a prova é exemplar e impecável. Ao receber o resultado, a confirmação: mais uma vitória.
A revolta do advogado está no local que deveria ser exemplo para Fórum Miguel Sátyro em Patostodos os cidadãos que exigem que as leis sejam cumpridas, ou seja, no Fórum Miguel Sátyro. Jamenson revela que a acessibilidade inexiste no Fórum, desde os banheiros até o ingresso nas salas para audiências, no auditório que é palco dos grandes eventos da justiça, até a entrada no salão principal. O caso já foi levado para a OAB-Seccional de Patos, mas nada foi encaminhado ainda.
“Não quero ser carregado nos braços para ter acesso a lugar que por direito já me é garantido esse acesso. Quero ser respeitado e poder ir aonde minha cadeira possa passar. No Fórum esse direito está sendo negado”, diz Jamenson.

Jozivan Antero – patosonline.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário