
O
advogado Jamenson da Silva é um exemplo de força de vontade,
perseverança e superação. Jamenson ficou tetraplégico depois que sofreu
um tiro na altura do pescoço quando conduzia como Policial Militar uma
das viaturas da PM. O fato aconteceu na BR 230, no dia 03 de abril de
2003, entre as cidades de São Bentinho e Pombal. O tiro que deixou
sequelas eternas em Jamenson foi disparado por assaltantes logo após a
aproximação da viatura da PM do veículo dos bandidos que estava
estacionado na referida BR.
Após um
tratamento intensivo, a busca para superar o trauma, a depressão
indescritível de quem sofre sequelas após o corpo que cobra o vigor de
outrora, Jamenson ergue a cabeça e descobre que a vida continua, e como
diz o poeta Renato Russo: “Se entregar é uma bobagem”. Com o apoio da
família, da esposa, dos amigos e da corporação da Polícia Militar,
Jamenson ingressa no curso de direito das Faculdades Integradas de Patos
– FIP. Termina o curso com louvor e méritos de um aluno dedicado. Mesmo
com os problemas de acessibilidade na FIP durante os cinco anos,
Jamenson sai vitorioso e forma-se bacharel em direito.
Jamenson
é cadeirante, faz movimentos com esforço nos braços, usa acessórios
para utilizar o teclado do computador na digitação dos processos e segue
a vida com as limitações que o corpo permite, mas de cabeça erguida
como todo vencedor.
Em 2011,
Jamenson se submete a prova da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. A
prova aconteceu em Sousa-PB. A assistência ao bacharel com necessidades
especiais por parte da OAB durante a prova é exemplar e impecável. Ao
receber o resultado, a confirmação: mais uma vitória.
A revolta do advogado está no local que deveria ser exemplo para
todos
os cidadãos que exigem que as leis sejam cumpridas, ou seja, no Fórum
Miguel Sátyro. Jamenson revela que a acessibilidade inexiste no Fórum,
desde os banheiros até o ingresso nas salas para audiências, no
auditório que é palco dos grandes eventos da justiça, até a entrada no
salão principal. O caso já foi levado para a OAB-Seccional de Patos, mas
nada foi encaminhado ainda.

“Não
quero ser carregado nos braços para ter acesso a lugar que por direito
já me é garantido esse acesso. Quero ser respeitado e poder ir aonde
minha cadeira possa passar. No Fórum esse direito está sendo negado”,
diz Jamenson.
Jozivan Antero – patosonline.com
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